quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Rua da Rainha agora de Antero de Quental



“A estrada de Braga, saindo da Porta do Olival, ia pelos Ferradores, Rua de Santo Ovídio, Campo de Santo Ovídio, ou Regeneração, e passando o monte da Lapa, atravessava o lugar que primeiro se chamou do Olho Vivo, denominação popular da capela que ainda lá existe e se chama, desde princípios deste século (XX), do Senhor do Socorro.
O chamadouro de Olho Vivo viria, dizem, de ser em tempo antigo, um ermo e costumarem os ladrões acoitar-se por detrás da ermida, para os seus assaltos. Por isso se recomendava “Olho Vivo” ao passar pelo Senhor.
rua de antero de quental
Este lugar que assim ia dar da Lapa ao Campo Lindo, chamou-se depois do Sério, não se sabe porquê, talvez alcunha de algum proprietário ou morador local. Figura o topónimo à data do cerco (1832-33), mas já então se encontra também o de Rua Nova da Rainha. Seria talvez esta a designação oficial, e aquele chamadouro popular.
Diz-nos Horácio Marçal, na sua bela monografia de Paranhos, que até 1875 “teve o antigo lugar do Sério a designação de Travessa do Campo Lindo; a seguir foi Rua da Rainha, e hoje, é Rua de Antero de Quental”. Com esse nome de Rua da Rainha a encontramos nas plantas de Mangeon e de 1902.


Supomos que a Rainha seria a Senhora D. Maria II, e portanto dataria a denominação da entrada das tropas liberais no Porto. Recebeu depois o nome de Rua de Antero de Quental. Não será necessário esclarecer os nossos leitores de quem foi Antero de Quental, o poeta máximo dos Sonetos – “Santo Antero” lhe chamavam os seus amigos e companheiros”. Cunha e Freitas em “O Primeiro de Janeiro”,  26 Maio de 1972.

Era nesta rua onde se encontrava o antigo campo de futebol da do F.C.Porto. O campo, relvado havia sido inaugurado em 6 de Dezembro de 1908 com um jogo em que o Porto venceu o Leixões por 6-3. Foi transferido em 4 de Novembro de 1912 para a Rua da Constituição onde ainda existe.




Em 1911 encontramos documentos no Arquivo Histórico de pedidos de licenciamento para construção na "Rua da Rainha".


Plano topográfico que compreende (...) todos os terrenos que medeiam entre os sítios das Águas Férreas, Carvalhido, Lugar do Regado, Estrada de Braga, Sério, Rua da Rainha e Igreja de Nossa Senhora da Lapa(...)
10 de Agosto de 1839



terça-feira, 2 de agosto de 2016

Azulejaria em Paranhos

Azulejaria Paranhense

Os azulejos são placas de barro ou louça vidradas em uma das faces, com uma única cor ou de desenhos variados, normalmente de forma quadrada ou rectangular, de várias dimensões e pouca espessura. A boa aderência das argamassas é facilitada quer pelo tardoz quer pelas juntas não se apresentarem vidradas. Estes que até ao século XIX foram sempre empregues no interior de edificações, passaram a ser utilizados como revestimento de fachadas. Já no séc XX é usado por arquitectos nos seus edifícios ou em espaços públicos como uma forma de arte. Isto acontece devido à influência de emigrantes retornados do Brasil. Os painéis de azulejos, muitas vezes, expressam a história e a cultura do país.







segunda-feira, 25 de julho de 2016

FESTAS DE PARANHOS - 1952

FESTAS DE PARANHOS - 1952

Resenha histórica da Capela de Nossa Senhora da Saúde

A Capela de Nossa Senhora da Saúde, também conhecida por Capela do Campo Lindo por estar situada no lugar do mesmo nome, edificada no ano de 1864. Inicialmente construída de madeira e somente quando passados sete anos é que lhe foi atribuída a fachada actual. Desde a sua abertura a devoção fazia-se a Nossa Senhora da Soledade até 1873. Nesse mesmo ano passou o seu oratório para o Senhor dos Passos. Em 1879 já era mais conhecida por Capela do Encontro (nome atribuído devido à realização regular do sermão do Encontro), até que no século XIX tomou o nome de Capela de Nossa Senhora da Saúde ou do Campo Lindo. Foi graças à intervenção do Ver.º António Gomes Ferreira solicitando esmolas aos paroquianos que foi possível a construção da capela dedicada à padroeira anteriormente referida, no Largo do Campo Lindo ou Aldeia Nova do Monte. A imagem da Senhora da Soledade fora oferecida, em 1864, por Manuel Alves de Oliveira Paranhos, do Lugar do Casal desta freguesia residente na Rua do Sol da cidade do Porto. Além desta oferta, esta capela teve ainda em 1874, a imagem do Senhor –Mortom, cujo doador foi o Senhor António Rodrigues de Barros Freire, por intermédio de seu pai Jerónimo de Barros Freire. É possível ser vista no altar desta capela a imagem do Senhor dos Passos, ao lado da Epístola a de Nossa Senhora da Saúde, e do lado do Evangelho a de Nossa Senhora da Soledade. Em Agosto de 1887 foi requerida licença para festejar a imagem de Nossa Senhora da Saúde sendo aprovada e ainda hoje considerada uma grande romaria. Desde que separaram a parte profana da religiosa, substituíram o antigo titulo por «Festas de Paranhos» o que não impede as pessoas de no mês de Agosto se dirigirem em massa a todos os cantos da cidade e arredores.