O Cemitério de Paranhos - Interpretação da morte



Exige, esta página, uma pequena nota introdutória! Esta nota ressalva o empenhamento do trabalho ainda não terminado (a missa ainda vai no adro) de alguém com vontade de contar "coisas" sobre a Freguesia onde se trabalha e onde se vive há mais de sessenta anos. Espero conseguir!

Manuela Moreira



A Cidade dos Mortos 

- Primeira Parte



"A cidade dos mortos antecede a cidade dos vivos. Num sentido, aliás, a cidade dos mortos é a precursora, quase o núcleo, de todas as cidades vivas. A vida urbana cobre o espaço histórico entre o mais remoto campo sepulcral da aurora do homem e o cemitério final, a Necrópolis em que uma após outra civilização tem encontrado o seu fim."
                                                            (MUMFORD, 1998 P.13)

As sepulturas mais antigas conhecidas pelos homens datam de 80.000 a.C., entre os períodos paleolítico e neolítico. A preocupação com os ritos de morte concebe simbolismos e é vislumbrada através da arquitectura por toda história, atravessando gerações.

A expressão cemitério tem sua origem na cultura grega, sendo derivada de Koimetérion, que significa “eu durmo”, e do latim Coemeterium, referindo-se a um espaço destinado a funerais, também conhecido como Necrópole. Ao longo da história ocidental, diversas formas de cemitérios foram estabelecidas. 

Para que se possa entender a história dos cemitérios, é necessário reflectirmos sobre a evolução da concepção da morte que nortearam as práticas de enterramento desde os primórdios da humanidade. É a partir de uma determinada crença sobre a morte que podemos encontrar uma justificação sobre o destino que os vivos darão aos mortos. Só tendo como guia o imaginário da morte compreenderemos as várias formas de enterramento na história humana.

O desconhecimento sobre o fenómeno, morte, a falta de uma explicação para o desaparecimento repentino da força motora do corpo, para a sua putrefacção, levou a que muitos povos aceitassem que se tratava de um novo estágio do corpo, alimentando a crença de que, nesse novo estágio, os seus entes queridos continuavam a ter as mesmas necessidades que tiveram em vida. Esta é uma das razões porque os mortos eram enterrados com os seus objectos preferidos para além colocarem alimentos junto das suas sepulturas.

Podemos, pois, constatar que desde sempre a humanidade demonstrou um certo respeito pelos seus mortos, encontrando um lugar especial para os sepultar, na medida das suas crenças.



 Por vezes enterravam, juntamente com os mortos, alimentos e utensílios, o que indica acreditarem numa vida do além. As sepulturas eram cobertas com pedras, para evitar profanação por parte de animais.

  • Interpretação da morte ao longo dos tempos

Na filosofia de Arthur Schopenhauer, a morte é vista como a raiz da compreensão existencial do ser humano, que, ao contrário dos animais, tem consciência de sua finitude. Ele argumenta que essa consciência da morte torna a vida muitas vezes árdua, levando o homem a questionar o sentido de sua existência. Assim, a morte é considerada a musa da filosofia, inspirando reflexões profundas sobre a vida e a condição humana.
A percepção da morte mudou significativamente, passando de uma aceitação natural e próxima na Antiguidade, onde era parte da vida quotidiana, para um distanciamento na contemporaneidade, onde a morte é frequentemente evitada e medicalizada. Na Antiguidade, a morte era vista como um evento comum e até mesmo esperado, enquanto hoje, a morte é cercada de tabus e de uma cultura de negação, com a morte muitas vezes acontecendo em ambientes hospitalares, longe do convívio familiar. Além disso, a modernidade trouxe uma espécie "brilho social" e politização da morte, contrastando com a abordagem directa e ética defendida por filósofos como Sêneca.

A morte é interpretada de maneiras distintas em diferentes culturas, como entre os hindus, os egípcios, os antigos gregos e os povos mesopotâmicos.
As práticas religiosas variam enormemente entre diferentes religiões, crenças e culturas. Contudo, quase todas incluem cerimónias sagradas e rituais. Nas religiões primitivas, acreditava-se que os próprios deuses participavam dos ritos naturais e criacionistas, conferindo a esses eventos não apenas um carácter simbólico, mas também uma presença cheia de força e vitalidade.
Às vezes, a alma é vista como a portadora da personalidade individual, enquanto em outras ocasiões é considerada um princípio vital mais abrangente. No primeiro caso, há uma crença na imortalidade pessoal, presente em tradições como o cristianismo e o islamismo, acredita-se que após a morte ou ao término do mundo, os seres humanos serão julgados, encontrando felicidade eterna no Céu ou desgraça eterna no Inferno. Já no segundo caso, imagina-se uma alma que se funde com uma forma de vida mais abrangente, exemplificada pelo conceito hinduísta da alma universal, o Brama. O hinduísmo preconiza a transmigração das almas, onde a alma passa a viver em formas superiores conforme o comportamento da pessoa durante sua vida. A metempsicose, ou ciclo de reencarnações, continua até que se alcance um estado elevado de existência, culminando na união com a alma universal.

É comum associar religiões ao tema da morte. As religiões que acreditam na vida eterna dos indivíduos geralmente vinculam essa visão a uma ordem moral e ética, onde acções boas são recompensadas e acções ruins são punidas. 

Ritual de Cremação Hindu

O hinduísmo é a religião oficial da Índia e uma das principais religiões da actualidade. Começou a desenvolver-se por volta de 1500 a.C., na região do subcontinente indiano. O hinduísmo preconiza a transmigração das almas, onde a alma passa a viver em formas superiores conforme o comportamento da pessoa durante sua vida. A metempsicose, ou ciclo de reencarnações, continua até que se alcance um estado elevado de existência, culminando na união com a alma universal. 

O hinduísmo é uma das religiões que mais utiliza a cremação mas não espalham cinzas; em vez disso, elas são preservadas como um meio de honrar o falecido e facilitar sua passagem para uma existência superior. Cinco categorias de indivíduos não podem ser cremados segundo o ritual hindu: crianças menores de 10 anos, grávidas, leprosos, falecidos por envenenamento de serpente e santos. Essas restrições referem-se à crença hindu de que a cremação significa a purificação da alma pelo fogo para o renascimento. Como crianças, santos e fetos não cometeram pecados, não precisam de purificação, sendo seus corpos depositados nas águas de um rio. Leprosos e mortos por serpentes possuem outras justificativas; no primeiro caso, a doença é uma punição dos deuses e, no segundo, acredita-se que a água pode ajudar o cadáver a vomitar e retornar à vida. 

No Hinduísmo, a morte é vista como uma parte natural e cíclica do eterno ciclo da vida, morte e renascimento (Samsara). O objectivo final é libertar-se desse ciclo e alcançar Moksha, um estado de iluminação e libertação do sofrimento. Os hindus acreditam que a alma (Atman) é eterna e que renasce num novo corpo após a morte, baseado no karma (ou seja, as acções) da vida anterior.

Ghats de Varanasi



Originários da palavra sânscrita "ghatta" que significa "um local de pouso", os Ghats são um conjunto de degraus construídos paralelamente ao fluxo do rio até à água.






O que acontece num funeral hindu?
  • O caixão é levado para o crematório, com os pés primeiro, enquanto os enlutados recitam orações.
  • O caixão aberto exibe o corpo do falecido, e espera-se que os convidados vejam o corpo. Isso deve ser feito com respeito e sem tocar na pessoa falecida.
  • Um sacerdote hindu e familiares idosos conduzem a cerimónia de cremação ('mukhagni').
  • Tradicionalmente, o mukhagni é frequentado apenas por homens, no entanto, os funerais hindus
    modernos permitem a presença de mulheres.
  • No dia seguinte ao funeral hindu, as cinzas são espalhadas sobre um rio de água sagrado ou num local importante para o falecido.


Os povos mesopotâmios mantinham o costume de enterrar seus mortos de forma meticulosa, assegurando que cada cadáver fosse cercado por símbolos marcantes de sua identidade pessoal e familiar. Isso incluía pertences, insígnias, objectos de uso, vestimentas e até mesmo as suas comidas favoritas.

Havia um cuidado extremo para garantir que a travessia do morto fosse sem faltas, perturbações ou violações ao espaço sagrado do túmulo ou mausoléu. O elogio fúnebre registava a pertença do defunto a uma determinada linhagem ou família, além de reflectir o seu status e importância social. Os cemitérios eram localizados próximos às cidades definindo os limites entre o mundo dos vivos e o espaço dos mortos, onde se encontravam as raízes da sociedade. No fundo dos seus sepulcros, os mortos constituíam as raízes que ofereciam ao grupo humano um ponto de ancoragem no solo, garantindo-lhes estabilidade no espaço e continuidade ao longo do tempo. Para os povos mesopotâmios, o foco principal é a administração adequada da vida terrena e a documentação da sua identidade, enquanto a morte é vista como uma espécie de queda, diminuição ou uma condição degradada da existência, apagando e sombreando o que um dia foi vivo. O que está em jogo é, acima de tudo, uma estratégia política para assimilar a morte, garantindo a continuidade entre o mundo dos vivos e o dos mortos, ao estabelecer as fronteiras que os separam e alocar a morte num domínio subterrâneo.

Quando uma pessoa morria, dizia-se que tinham "perdido o seu vento", sendo uma expressão comum para a morte de alguém "seu vento soprou para longe". O espírito estava então solto e sua atenção voltava-se para o corpo, que recebia então os cuidados da família. O estudioso Stephen Bertman descreve a cena de uma pessoa ao morrer em casa:


"Quando a hora da morte se aproximava para um adulto, o antigo mesopotâmico deitava-se na cama para aguardá-la na companhia de entes queridos, talvez também com um sacerdote presente. Ao lado da cama, à esquerda, havia uma cadeira vazia reservada para o espírito quando ele se erguesse invisivelmente do cadáver. Ao lado da cadeira estavam as primeiras ofertas espirituais: cerveja e pão achatado para fortalecer a alma na longa jornada rumo ao submundo. Quando a morte finalmente chegasse, o corpo seria lavado, ungido em óleos perfumados e vestido, junto com jóias e outros pertences favoritos."



O sarcófago menor à esquerda pertencia a uma criança. Barro cozido e esmaltado. Parta, século I a.C. ao século I d.C. De Nippur , sul da Mesopotâmia , no atual Iraque.
(Museu de Arqueologia , Istambul, Turquia ).

Diferente das crenças das civilizações egípcias sobre a vida após a morte, a perspectiva mesopotâmica do submundo não proporcionava recompensas por uma vida virtuosa nem punições por mau comportamento. Reis e camponeses, bons e maus, todos seguiam para o mesmo destino e viviam uma existência sombria e monótona após a morte. O espírito imortal mantinha plena consciência da sua condição, porém não podia alterá-la. A distinção entre os espíritos mais felizes e os que sofriam dependia dos esforços da família do falecido na terra.

Os egípcios eram considerados os mais religiosos entre os homens, como destacou o historiador grego Heródoto. A forte crença na imortalidade da alma e na reencarnação levou-os a desenvolver avançadas técnicas de embalsamamento e mumificação. Este processo era fundamental para garantir que o falecido fizesse a transição para a vida após a morte, preservando seu corpo. O Livro dos Mortos era colocado dentro do sarcófago, servindo como um guia para o falecido. Nele estão representados eventos importantes, como a travessia das almas e o julgamento final.


O TRIBUNAL DE OSÍRIS
Na Mitologia Egípcia, o Tribunal de Osíris ou Julgamento de Osíris era a cerimônia descrita no Livro dos Mortos para julgar o espírito quando este chega no Além. Em uma das extremidades da Sala das Duas Verdades, encontrava-se o deus Osíris sentado no trono, acompanhado por outros deuses e mais 42 juízes. No centro da sala, colocava-se a balança em que se pesava o coração do morto. O deus-chacal Anúbis (Anupu em egípcio, "o que conta os corações") era o responsável por operar a balança.
Diante das divindades e juízes, o morto devia realizar a confissão negativa, a sua declaração de inocência. Antes de fazê-la, ele dirigia-se ao seu coração e pedia-lhe que não o contradissesse. Esta fórmula aparecia escrita no "escaravelho do coração", um amuleto que se colocava entre as ataduras da múmia, perto do coração.

Os egípcios acreditavam que o coração tinha uma memória própria. Enquanto hoje o cérebro é considerado o centro da razão, para os egípcios era o coração quem guardava pensamentos, emoções e até os pecados. No julgamento de Osíris, o coração do falecido era pesado contra a pena da deusa Maat. Se estivesse mais pesado, por causa das más acções, ele era devorado por Ammit. A vida e a morte estavam nas mãos das Moiras, as deusas do destino. Nem mesmo os deuses podiam interferir quando o fio da vida era cortado. Essa crença no destino imutável reforçava a aceitação da morte como parte natural e incontrolável da existência.


Funeral na Grécia - Séc. VI a.C.

Os antigos gregos celebravam a morte como um momento de honra e memória. Na mitologia grega a Noite (Nýx), mãe tanto da Morte (Thánatos) quanto do Sono (Hýpnos), representa o elo entre o fim da consciência (morte) e sua suspensão temporária (sono). A Morte e o Sono, irmãos gémeos, levam os gregos a crer na semelhança entre dormir e morrer: ambos envolvem uma espécie de desligamento do mundo. A analogia reforça a ideia de que o sono é uma "pequena morte" — uma pausa nos sentidos, no corpo e, em certo sentido, na existência. E, inversamente, a morte é vista como um sono sem retorno. Essa conexão simbólica ecoa até hoje, tanto na linguagem quotidiana como em expressões culturais e literárias
 ("dormir o sono eterno", por exemplo).

Na fase arcaica, principalmente entre as elites e os guerreiros, a cremação era amplamente praticada. Esste ritual não se tratava apenas de se desfazer do corpo, mas de promover uma transformação simbólica: o fogo actuava como agente purificador, permitindo que o espírito se desprendesse das limitações da matéria. As cinzas eram recolhidas e, muitas vezes, depositadas em urnas ou em locais de veneração, mantendo viva a memória dos feitos do defunto. Essa prática estava profundamente ligada ao ideal heroico grego, onde o culto aos heróis e a exaltação de seus legados incentivavam a utilização da cremação como um meio de conferir uma espécie de imortalidade simbólica àqueles que eram celebrados.

Cremação na Antiga Grécia

No período clássico, a morte era encarada como parte inevitável da condição humana, mas também como um evento carregado de sentido religioso, ético e social. Dentro desse imaginário, a figura de Caronte — o barqueiro do Hades — ocupava um lugar central na iconografia e nos ritos ligados ao além. Caronte era o responsável por transportar as almas dos mortos através do rio Estige ou Aqueronte, desde que o morto tivesse recebido os devidos ritos fúnebres e estivesse com uma moeda (óbolo) colocada sob a língua ou nos olhos, como pagamento pela travessia. Essa prática funerária reforçava o valor da ritualização da morte: sem sepultura e sem o óbolo, a alma vagueava pelas margens do rio, sem paz, sem repouso, numa espécie de limbo eterno.

A travessia conduzida por Caronte simbolizava a passagem irreversível entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos. Ele não decidia o destino das almas, mas representava o cumprimento do destino. Era uma figura neutra, sombria, silenciosa — o próprio reflexo da visão grega da morte: algo definitivo, inescapável e ligado a uma ordem cósmica maior.

Nos vasos cerâmicos, nas tragédias e nos discursos fúnebres, a morte aparece como um momento solene, mas também como um ponto de contacto com o colectivo. A memória dos mortos sustentava a identidade da pólis. A glória dos heróis caídos, celebrada em cerimónias públicas como as Epitáfias, dava à morte um papel quase político — morrer pela cidade era um ideal de virtude (areté). Caronte, portanto, não era apenas um personagem mitológica: ele era o símbolo do limiar entre a vida e o esquecimento, entre o indivíduo e a eternidade da memória. A sua presença silenciosa ressoava na consciência ateniense como um lembrete de que a vida só adquire pleno significado quando o fim é reconhecido, aceite e honrado.

 Caronte na Grécia Antiga (do séc. vi a. C. ao séc. ii d.C.) 

Durante o período helenístico, foi possível observar uma convivência entre cremação e inumação. Essa coexistência não indicava necessariamente uma rejeição de uma prática em favor da outra, mas sim uma adaptação às circunstâncias locais e aos novos contextos culturais e filosóficos. O sincretismo cultural, incentivado pelas amplas trocas promovidas pela expansão helenística, permitiu que famílias e comunidades escolhessem o ritual que mais se identificava com as suas crenças e necessidades. Por um lado, a cremação continuava associada à ideia de renovação e à libertação da alma; por outro, a inumação consolidava-se como uma prática que favorecia a manutenção dos memoriais físicos e o ritual colectivo de luto.

Em resumo, para os gregos, a morte simbolizava a inevitabilidade de um destino separado do corpo, mas também a oportunidade – ainda que melancólica – de transcendência. Era um momento de ruptura com a vitalidade plena da vida, mas, paradoxalmente, também um convite à reflexão sobre a permanência da memória, o valor dos actos heroicos e a busca constante por um sentido que ultrapassasse as limitações físicas. Essa visão multifacetada moldou não só os rituais e práticas funerárias, mas também a base do pensamento filosófico e da arte na Grécia Antiga.

As perspectivas judaica e cristã sobre a morte compartilham semelhanças significativas, especialmente no que diz respeito à crença na vida após a morte e à importância dos rituais fúnebres. Ambas as tradições oferecem uma visão de esperança e continuidade, enfatizando a necessidade de viver uma vida moral e significativa para garantir um destino favorável após a morte. 

Ambas as tradições compartilham raízes nas escrituras do Antigo Testamento, e o Cristianismo desenvolveu-se a partir do judaísmo, implicando que muitos conceitos sobre a natureza da vida, da morte e da continuidade existencial tenham sido herdados e reinterpretados. Por exemplo, tanto no judaísmo quanto no cristianismo há a compreensão de que a morte não representa um fim absoluto, mas uma transição para uma outra forma de existência – seja através da ideia do "Mundo Vindouro" ou da vida eterna prometida pela ressurreição. Essa herança comum gera pontos de convergência na forma como ambos os grupos veem o fim da vida como parte de um plano divino e mais amplo.

No Judaísmo, as raízes bíblicas, o cuidado com o falecido sempre foi marcado pela brevidade do sepultamento e pelo respeito à integridade do corpo. A Torá e os textos proféticos já estabeleciam preceitos acerca da pureza e da importância de não se adiar o sepultamento.

No período do Segundo Templo (período entre a reconstrução do Templo de Jerusalém em 516 a.C. e a sua destruição pelos romanos em 70 d.C ) e entre as primeiras comunidades religiosas, os rituais eram simples e focados na obrigação de cuidar do corpo – o Tahara (purificação ritual) garantia que o falecido fosse tratado com dignidade, preparando-o para o retorno à terra.

Com o amadurecimento do pensamento rabínico e a elaboração da Halachá (lei judaica), práticas estruturadas como a Shiva (sete dias intensos de luto), o Shloshim (trinta dias relativamente mais leves) e o costume do Yahrzeit (aniversário do falecimento) foram consolidadas e o cuidado mútuo durante o período de luto – com visitas e orações em conjunto – passou a reforçar a estrutura comunitária, enfatizando a responsabilidade colectiva de preservar a memória e apoiar os enlutados. Durante o funeral, são realizadas orações específicas, como o “El Malei Rachamim”, e recitados salmos e lamentos que ajudam a comunidade a expressar sua dor e expectativas de consolo espiritual.

No período Medieval e Moderno embora a diáspora e as influências culturais dos países de acolhimento tenham introduzido variações nas práticas, a essência dos rituais permaneceu. A Halachá manteve a ênfase na rápida sepultura e na pureza ritual, ainda que a organização dos cemitérios e os modos de luto tenham sido adaptados às condições locais. Hoje, em muitas comunidades judaicas – tanto em Israel quanto na diáspora – há um equilíbrio entre a preservação das tradições clássicas e a adaptação às exigências do mundo moderno, como a utilização de cemitérios controlados por normas de saúde pública e a integração de elementos culturais locais nos momentos de luto.

O Cristianismo influenciado pela sua herança judaica, interpreta a morte à luz da figura de Jesus Cristo. A ressurreição de Cristo representa, para os cristãos, a vitória definitiva sobre a morte, oferecendo a promessa de uma vida eterna para aqueles que compartilham da fé. Dessa forma, a morte não é encarada apenas como o fim da existência física, mas como uma transição para uma nova realidade, na qual a redenção e a reconciliação com Deus se tornam possíveis. 
Essa esperança na ressurreição transformou também os rituais e a prática litúrgica dos primeiros cristãos. Os funerais, por exemplo, eram marcados por um tom de “sono” – uma metáfora para o descanso temporário do corpo – com a firme expectativa do “despertar final”. A liturgia cristã primitiva, embora partilhasse elementos com as práticas judaicas, desenvolveu formas próprias de culto e memória, enfatizando a vitória de Cristo sobre a morte e a promessa de uma nova criação.
Na Idade Média, os rituais cristãos evoluíram para cerimónias mais formais e litúrgicas. A missa fúnebre (ou Requiem) tornou-se um elemento central, enfatizando tanto a celebração da vida do falecido quanto a esperança na vida eterna. Esse período viu o desenvolvimento de elaborados monumentos funerários, epitáfios e obras de arte sacra que não só serviam como memória dos mortos, mas também reforçavam a mensagem da ressurreição e da vitória sobre a morte.

A partir do século XVI, a Reforma provocou uma reavaliação dos rituais funerários. Enquanto a Igreja Católica continuava com cerimónias ricas em rituais e simbolismo, as igrejas protestantes, geralmente, optaram por sepultamentos mais simples e menos formais, focando a mensagem na fé pessoal e na comunhão directa com Deus.
Essa divisão levou à pluralidade de práticas: em algumas tradições protestantes, os serviços funerários passaram a ter uma duração mais curta e menos cerimónias litúrgicas, enfatizando discursos e testemunhos de vida; enquanto na tradição católica e ortodoxa, o ritual continuou a envolver rituais apostólicos que rememoravam a esperança da ressurreição.

Nos últimos séculos, com as mudanças sociais e a crescente secularização, tanto as práticas católicas quanto as protestantes adaptaram-se à realidade contemporânea. O surgimento de funerais personalizados, a incorporação de musicas, homenagens em multimédia e até a opção pela cremação evidenciam essa evolução.

Na perspectiva da religião Islâmica, a morte não é vista como o fim, mas como uma transição natural e ordenada para uma realidade eterna. Essa mudança marca o momento em que o ser deixa a existência terrena para entrar em contacto com o que se vive como a vida após a morte, onde cada acção é levada em conta e os crentes serão recompensados ou responsabilizados conforme os seus feitos. Essa perspectiva incentiva os muçulmanos a encarar a vida com uma consciência constante da transitoriedade do mundo e a se prepararem para o Encontro Divino, reconhecendo que tudo pertence a Deus e que retornar a Ele é parte do decreto divino. 

Desde os primórdios do Islão, os rituais funerários têm as suas raízes nos ensinamentos do Alcorão e dos Hadith, enfatizando que a vida é transitória e a morte é uma passagem para a eternidade. Os primeiros muçulmanos instituíram práticas essenciais como a lavagem ritual do corpo (ghusl), o envolvimento em um lençol simples (kafan) e um sepultamento rápido — geralmente dentro de 24 horas — com o corpo orientado para a Qibla (direcção de Meca). Com o amadurecimento da jurisprudência islâmica (fiqh), essas práticas foram sistematizadas e padronizadas pelas principais escolas de pensamento (hanafi, maliki, shafi‘i e hanbali). Mesmo com uma forte uniformidade doutrinária, a prática adaptou-se a influências culturais à medida que o Islão se expandia.

Durante a Idade Média, impérios como o Omíada, o Abbasida e o Otomano contribuíram para a integração de costumes locais aos rituais. Embora os elementos essenciais permanecessem — como a simplicidade e a igualdade no sepultamento, variações regionais surgiram, reflectindo as tradições arquitectónicas e culturais de cada localidade. Nos tempos modernos, com a urbanização, avanços na bioética e desafios contemporâneos (como a definição de “morte cerebral”), as práticas de sepultamento têm passado por adaptações administrativas e legais. Mesmo assim, a essência dos rituais islâmicos — a rápida restituição do corpo à terra e a reafirmação da humildade diante de Deus — permanece inalterada.

Em síntese, apesar das variações e adaptações ao longo dos séculos, as práticas de sepultamento no Islão continuam a preservar seus princípios fundamentais: a simplicidade, a igualdade diante de Deus e o cumprimento dos rituais que simbolizam a transição da vida terrena para a eternidade.

Ao longo da Idade Média, a morte desempenhou um papel central na pedagogia das sociedades, influenciando artes, jogos e decoração. Especialmente entre os séculos V e XI/XII, os cemitérios eram considerados pontos de encontro para eventos tanto profanos quanto sagrados que a igreja não conseguia absorver plenamente. As sepulturas formavam o cenário onde homens, mulheres e crianças se reuniam em festas semanais e celebrações tradicionais, perpetuando uma cultura em que a morte era a protagonista. Em vez de serem locais ermos e silenciosos, como os cemitérios são vistos actualmente, eles eram provavelmente os lugares mais animados das cidades — pelo menos até que surgissem proibições claras dessas actividades. (1) 

Na Idade Média, o homem encarava seu último suspiro com serenidade, vendo-o como uma passagem natural para uma nova vida. Com o avanço do século XVIII, essa visão começa a dar lugar a sentimentos de aflição e desespero. As novas concepções sobre a morte trazem mudanças significativas, especialmente nos cemitérios. Os mausoléus, epitáfios e adornos funerários adquirem novos formatos e significados. As sepulturas, antes simples e colectivas, tornam-se individualizadas, ganhando características de morada pós-morte, com telhados, vitrais e espaços luxuosos. As estátuas inicialmente ausentes passam a mostrar alguém que dorme, depois alguém que reza ou lê, e eventualmente são substituídas por fotos dos mortos ainda jovens.

É essencial notar que a forma como uma sociedade se relaciona com a morte e os seus mortos desempenha um papel crucial na formação e preservação de sua identidade colectiva. A maneira como essa integração da morte e o relacionamento com ela se manifestam torna-se um dos elementos mais importantes na construção de uma tradição cultural comum.

Nascemos, vivemos e morremos. Esta é uma certeza, uma verdade histórica, universal e comum a todas as culturas ditas humanas que já existiram e existem.

  • Locais de sepultamento e práticas funerárias

Várias foram as manifestações arquitectónicas, utilizadas ao longo dos tempos, que deram rosto à cidade dos mortos, como cavernas, sarcófagos, sepulcros e estátuas tumulares, entre outros. Desde a pré-história aos nossos tempos podemos identificar diferentes tipologias de espaços funerários que nos possibilitam um maior conhecimento sobre o mundo dos vivos, a sua cultura, a sociedade em que se inseriam. A importância da morte e dos lugares reservados à manifestação dos sentimentos que a mesma provoca, sempre existiu. Desde o paleolítico que os mortos foram os primeiros a ter uma morada permanente, à qual, possivelmente os vivos retornavam entre as suas viagens para lhes prestar a sua homenagem.  

Lewis Mumford na sua obra a "Cidade na História" teoriza sobre o nascimento da cidade celebrizando a existência das primeiras cidades "a cidade dos mortos antecede a cidade dos vivos", uma vez que -  “Em meio às andanças inquietas do homem paleolítico, os mortos foram os primeiros a ter uma morada permanente: uma caverna, uma cova assinalada por um monte de pedras, um túmulo colectivo” - o que nos leva a concluir que a humanidade sempre se preocupou com a morte, interpretando-a, chorando-a ou festejando-a segundo as suas crenças.


Os mortos eram colocados em posição fetal na câmara,
que simboliza o útero, para o seu renascimento
Sabemos que no Neolítico os defuntos para além de serem colocados em cavernas cuja entrada era fechada por uma rocha, eram também inumados em sepulturas artificiais, os dolmens, um círculo de pedras erguidas cobertas por uma outra. Estas construções revelam a importância que, ao longo da História, a morte, os mortos e os lugares reservados a eles, adquiriram em cada cultura e em cada época. Por volta de 3500 a.C., aparecem as primeiras sepulturas colectivas, provavelmente familiares, e a hierarquização da sociedade perpetua-se nos túmulos: os dos chefes distinguem-se dos outros graças a objectos sumptuosos.

Na antiga civilização egípcia, os locais de sepultamento eram localizados fora dos centros urbanos, como as pirâmides monumentais de Gizé situadas ao longo do Rio Nilo e o cemitério da vila de Deir el Medineh, que possui túmulos piramidais organizados em áreas definidas. Os etruscos desenvolveram necrópoles com túmulos majestosos, alinhados e cobertos por vegetação, ao longo de uma via secundária, criando verdadeiras cidades para os mortos, como na Necrópole da Benditaccia em Cerveteri. Durante o Império Romano, foram erigidos mausoléus, sepulcros e catacumbas para acomodar os falecidos, localizados fora das cidades, como na antiga Via Ápia, a principal rota da época (312 a.C.). 


Catacumba de Priscila - Roma




Nos primórdios do cristianismo, os crentes eram enterrados em catacumbas subterrâneas, que possuíam passagens irregulares com pequenos cómodos e nichos rectangulares escavados nas paredes para abrigar os corpos, conhecidos como lóculos, como exemplificado na Catacumba de Priscilla (séculos II a V d.C., Roma).


Catacumbas de Roma





Quando o corpo, envolto em pano, sem sarcófago, era colocado em um local escavado para ele, o buraco era coberto com uma laje de mármore ou, às vezes, com grandes ladrilhos de argamassa. Para os ricos e para os mártires havia túmulos mais imponentes, conhecidos como arcossólios.



Cemitério Celta - Irlanda


Na Europa antiga, as práticas de sepultamento eram diversificadas, abrangendo desde enterros modestos até cerimónias funerárias grandiosas. Os celtas, por exemplo, tinham uma crença firme na vida após a morte e sepultavam seus mortos junto com objectos pessoais e oferendas para a viagem além. 





Funeral Viking


Já os vikings optavam por rituais de cremação e enterravam seus mortos em embarcações, demonstrando sua ligação com o mar e a crença de que guerreiros valentes seriam acolhidos no Valhalla. Os vikings faziam sacrifícios para o deus Odin no Templo de Upsala, na atual Suécia. Quando um deles falecia em terra (e não durante alguma batalha), o corpo era queimado no seu barco favorito e lançado ao mar. O ritual funerário começava com uma festa de sete dias, com muita bebida e a narração dos principais feitos do morto. Após este cerimonial era vestido com uma roupa própria para a ocasião e colocado no barco com suas armas que seriam usadas em Valhala. 


Durante a Idade Média, surgiram os locais sagrados, incluindo as Necrópoles Reais dentro das igrejas, adornadas com monumentos imponentes, construídos em homenagem à nobreza, como a Basílica de São Denis, onde repousaram os reis e rainhas da França entre os séculos VI e XVI. Posteriormente foram estabelecidos Campos-santos, dedicados ao sepultamento de falecidos em terrenos religiosos ao ar livre.

Necrópole de sepulturas - Trancoso - Guarda


Estendendo-se entre os séculos VIII e XII, esta necrópole surge como um dos mais eloquentes testemunhos da presença humana primitiva em Trancoso. Esculpidas na rocha viva, trinta e duas sepulturas silenciosamente guardam os vestígios de um tempo distante, entre elas um raro exemplar das antigas tampas monolíticas que um dia selaram os túmulos. De forma maioritariamente antropomórfica, os sepulcros alinham-se com sobriedade, cabeceira voltada a poente, em obediência aos preceitos da Igreja. Algumas sobrepõem-se, revelando a persistência da fé e da memória num uso continuado deste solo sagrado ao longo dos séculos. Em 1978, a dignidade deste lugar foi reconhecida com a sua classificação como Imóvel de Interesse Público.



Consoante as suas condições socioeconómicas, o indivíduo era sepultado directamente na cova caso não dispusesse de recursos para adquirir um caixão. O caixão representava um item oneroso, destinado às elite sociais enquanto os indivíduos de classes menos favorecidas tinham a opção de um caixão comunitário, disponibilizado pela igreja, cuja única função era transportar o falecido até o local da sepultura. Entretanto, o esquife estabelecia-se como a alternativa mais prevalente, transportando o falecido de sua residência até o local de sepultamento, em plena visão da comunidade, proporcionando a todos a oportunidade de verem quem tinha falecido.

A utilização do caixão estabeleceu-se institucionalmente somente a partir dos séculos XVI e XVII. A inumação foi precedida pelo amortalhamento do corpo, um procedimento que se consolidou como prática comum e abrangente a todas as classes sociais na Europa desde a Idade Média. A mortalha consistia num tecido branco, habitualmente de linho — acredita-se que o sudário de Cristo tenha sido confeccionado com esse material — embrulhando todo o corpo. Após a higienização do corpo, o indivíduo era adornado com sua vestes mais requintadas ou, em determinadas situações, ostentando o hábito religioso das comunidades devotas. Crianças e mulheres virgens podiam envergar vestimentas brancas e ornamentos, representando assim sua pureza. Os indivíduos em situação de pobreza, assim como as crianças, frequentemente eram sepultados sem vestimentas. Subsequentemente, era habitual amarrar as mãos e os pés com uma fita ou cordel, a fim de preservar a posição do corpo antes de envolvê-lo na mortalha, que era fixada com alfinetes. A aplicação de cal sobre o corpo era, de facto, uma prática comum desde a Idade Média, desempenhando a função de mitigar os odores da decomposição o e facilitar a degradação cadavérica. 

A prática de sepultar o indivíduo em posição supina era o procedimento convencional nas inumações cristãs, reflectindo uma tradição de influência romana, que permanece vigente até aos dias atuais, transcendente a todas as classes sociais. Isso permitia que o seu semblante se orientasse para o firmamento, de modo que a cabeça, na maioria das vezes, era também posicionada frontalmente. Quando as inumações ocorriam no interior da igreja, os indivíduos, na sua maioria, posicionavam-se de frente para o altar, exceptuando-se o padre, que se voltava em direcção aos seus fiéis. 

A partir do Séc. XVIII, os enterros eram profundamente religiosos, reflectindo o domínio da Igreja sobre as práticas funerárias. Com o tempo, houve uma individualização das sepulturas, anteriormente um privilégio da nobreza e do clero, e os rituais começaram a concentrar-se no âmbito familiar. O conhecimento médico foi um poderoso aliado do processo de secularização e expulsão dos mortos da cidade dos vivos. Com base na chamada teoria do miasma, que foi cientificamente aperfeiçoada no século XVII, começaram a surgir fortes conselhos médicos para que as pessoas evitassem os moribundos e os mortos por razões de saúde pública. A partir deste conhecimento podemos entender que a matéria orgânica em estado de decomposição, principalmente a de origem animal, a temperatura, os elementos atmosféricos, a humidade e a direcção dos ventos são responsáveis pela criação e disseminação de vapores ou miasmas nocivos à saúde, que contaminam o ar respirável. Com base nesses aspectos, a legislação francesa passou a proibir a prática de sepultamentos em igrejas. Leis antigas que proibiam tais práticas e transferiam cemitérios para fora da cidade foram colocadas novamente em vigor. Em 1763, por meio de uma medida legal, o Parlamento de Paris proibiu enterros em igrejas e ordenou a criação de oito cemitérios fora da cidade.

Em jeito de conclusão, podemos considerar que as tradições e práticas funerárias em civilizações antigas apresentavam uma diversidade tão rica quanto as culturas que as originaram. Desde cerimónias funerárias elaboradas até métodos singulares de preparação dos corpos, cada sociedade criou suas próprias maneiras de homenagear e preservar a memória de seus falecidos:

Preparação dos corpos:
- Mumificação (egípcios, incas) 
- Cremação (hindus, vikings)
- Preservação natural (culturas indígenas)
- Embalsamamento (culturas antigas do Oriente Médio)

Construção de tumbas e monumentos:
- Pirâmides (egípcios)
- Túmulos subterrâneos (etruscos, maias)
- Mausoléus (gregos, romanos)
- Kurgans (culturas nômades da Ásia Central)

Oferendas e pertences funerários:
- Objetos pessoais (jóias, armas, utensílios)
- Alimentos e bebidas
- Animais sacrificados
- Artefatos simbólicos (máscaras, estatuetas)

Cerimônias e rituais:
- Lamentações e cantos fúnebres
- Danças e representações teatrais
- Sacrifícios humanos (em algumas culturas mesoamericanas)
- Rituais de purificação e transição

Lugares de sepultamento:
- Necrópoles (egípcios, etruscos)
- Cemitérios comunitários
- Locais sagrados (florestas, montanhas)
- Sepulturas em barcos (vikings)


(1) Em História da Morte no Ocidente (2012), Ariès menciona o Concílio de Rouen (1231), quando se proibiam as danças nos cemitérios e nas igrejas e aponta um texto de 1657 que questiona a coexistência de sepulturas e actividades populares no mesmo lugar. Contudo, as constantes proibições ao longo da história, sugerem que elas não eram observadas.
(2) Fleck, E. C. D. Almas cristãs em corpos doentes – sensibilidade barroca nas reduces jesuítico-guaranis do século XVII.


Bibliografia:

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