sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

As redes viárias medievais

As redes viárias medievais




Paranhos - algumas redes viárias medievais
A freguesia de Paranhos, antigo couto da Mitra do Porto confirmado por D. Afonso IV em 1341, anexada à cidade em 1837 teve como eixo inicial do seu desenvolvimento as redes viárias medievais tais como; a Estrada Velha de Braga, eixo viário medieval que arrancava na Porta do Olival e seguia pelo Campo dos Ferradores (atual Praça de Carlos Alberto), Moinho de Vento, Rua e Campo de Santo Ovídio (atuais Rua dos Mártires da Liberdade e Praça da República) e Rua da Rainha (hoje, de Antero de Quental). Crê-se que parte deste traçado poderá corresponder ao da Via XVI, via romana entre Olisipo (Lisboa) e Bracara Augusta (Braga), com passagem por Cale. A partir do Vale Formoso, especulam-se dois traçados para o itinerário de época Romana: um infletindo a Nordeste para o Largo do Campo Lindo (outrora denominado do Encontro) em direção ao Largo da Pontinha (hoje, Largo da Igreja de Paranhos, outro, seguindo pelo traçado da atual Rua do Amial, coincidente com o trajeto da estrada medieval Porto – Braga, onde se registam topónimos sugestivos, como Tronco, Carriçal e Marco (este último já no concelho de Matosinhos, em S. Mamede de Infesta).
O Largo da Igreja de Paranhos corresponde ao antigo Largo da Pontinha, ainda assim denominado na Planta da Cidade de 1892, local de cruzamento de vetustas vias, como a via romana que ligava Olisipo (Lisboa) a Bracara Augusta (Braga). Segundo Carlos Alberto Ferreira de Almeida, «a via romana passaria a poente, embora não longe, da igreja de Paranhos e seguindo, ia pelas traseiras da actual igreja de S. Mamede de Infesta. Aí, mas mais para leste, esteve um marco miliário […] dedicado ao imperador Adriano. Daí a via descia à Ponte da Pedra»